Calha do Corvo

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

7 coisas que eu gostaria de fazer, se eu fosse Primeiro-Ministro

Em vésperas de eleições muitos se questionam sobre as posições politicas, criticando ou aplaudindo os partidos, os seus trabalhos realizados, suas propostas futuras e as suas governações, mediante opinão de cada um. Muitos entram até em debates e bate-bocas renhidos, que as vezes levam a ofensas verbais ou físicas. Eu também gosto de politica, gosto de questionar e discutir com os meus amigos e colegas assuntos actuais e importantes da nossa sociedade, tentando expressar as minhas opiniões e pontos de vista mas sempre dentro do respeito e educação.

No momento em que o país termina 10 anos de governação do PAICV, que concidiu com a primeira década do século XXI e do terceiro milénio. Isto depois de Cabo Verde atingir os 35 anos de existência como país independente, do qual consta 15 anos de partido unico (1975-1990) e mais 10 anos de governação do MPD (1991-2001).

Ora bem, feita uma análise e uma avaliação global desses 35 anos, constata-se que o país tem mostrado sempre o sentido de progressão, crescimento e desenvolvimento, independentemente do partido ou da época da governação. No entanto pelo meio destes anos todos, não deixa de haver alguns "probleminhas" considerados os calcanhares de Aquiles para todos os Governos e partidos, e que assolam de que maneira o quotidiano caboverdiano, como é o caso por exemplo da energia electrica e o saneamento básico.

Neste sentido, apesar de todo o esforço dos Governos e do trabalho positivo que tem vindo a realizar-se, acho que em determinados assuntos eles poderiam ter feito melhor. Então eu como um simples e modesto cidadão, mas muito atento e bom observador, sirvo da minha ousadia e atrevimento para deixar aqui a seguir uma lista de 7 coisas que eu gostaria de ver mudado nos próximos anos de governação de Cabo Verde:

1 - A justiça em Cabo Verde está péssima, com problemas graves que vão desde o sector jurídico-institucional, até aspectos sócio-económicos. As penas tornaram-se leves para a criminalidade que aumenta de forma desastrosa ano após ano, conduzindo o país a um clima de impunidade.

2 - A descentralização/regionalização nunca saiu do papel. Foi criado um Ministério de descentralização, mas na prática não vemos resultados, o Governo/Praia continua mais forte e mais gordo. Cabo Verde sendo um país insular, as Câmaras Municipais deveriam ter mais poder de execução e decisão.

3 - O turismo tem crescido muito nos últimos anos, mas carece de um especial e devida atenção do Estado, sendo ele o sector chave da economia de Cabo Verde. Neste aspecto acho eu que a ilha do Sal merecia ter um Estatuto Especial, à semelhança da cidade da Praia.

4 - O MITT trabalhou muito nos últimos anos na construção de estradas asfaltadas, novos aeroportos, portos, telecomunicações, etc., mas agora queremos ver o impacto dessas obras na rapidez, comodismo, redução de custos e facilidade na circulação inter-ilhas, na comunicação e interligação entre os caboverdianos, de modo que um santantonense possa ir passar um fim-de-semana na Brava sem problemas de transportes marítimo, aéreo ou mesmo terrestre.

5 - A agricultura tem mostrado indícios de modernização, é sem margem de dúvidas um sector importantíssimo no combate ao desemprego e contribui de que maneira para aumentar a produção nacional e redução da pobreza. Então gostaria que o Estado aumentasse ainda mais os financiamentos e investimentos nesta área e também para o desenvolvimento da pesca industrial.

6 - As finanças de Cabo Verde na minha opinião tem mostrado um bom trabalho, a prova disso é a credibilidade que o país tem lá fora. Entretanto em tempos de crise económico-financeira, mudanças climáticas e de profundas transformações politico-sociais, acho muito importante e necessário que o Estado cria politicas e ideias de poupanças e contenção de despesas para serem cumpridas de forma rigorosa. Sobretudo para as Câmaras Municipais que anualmente gastam muito dinheiro nas comemorações das festas dos municípios.

7 - O cooperativismo e os negócios estrangeiros é a capa de revista de Cabo Verde. Recentemente foi criado um novo ministério - Ministério das Comunidades Emigradas, acho uma excelente ideia tendo em conta o historial de Cabo Verde na emigração e o contributo das remessas dos emigrantes na economia nacional. Entretanto é uma ideia para ser seguida em frente com dinamismo, proactividade e não ficar só no papel.

E você, o que gostarias de mudar em Cabo Verde se fosses Primeiro-Ministro? Deixe o seu comentario.