Calha do Corvo

terça-feira, 26 de abril de 2011

Comprar dívidas - Parte I. Como é possivel gerar lucros comprando dívidas públicas?

Já imaginaste por exemplo fechar um negócio com um amigo teu, no qual compras as suas dívidas com o Banco, o Fisco, a Electra, a Telecom, os seguros automóveis, a loja, a propina dos filhos, entre outras obrigações, com a finalidade de obter lucros? Será isto possível? Onde está a viabilidade deste negócio?  De que estudo? Quem avalia? Muitas perguntas pairam no ar, parece que alguma coisa não bate certo…
Pois é, podes nem acreditar mas nos países mais avançados isto é mesmo uma realidade. Há porém casos ainda mais dramáticos, em que se compram dívidas de outras pessoas já falecidas, celebridades por exemplo. Agora as maiores transações neste ramo de negócio nem se dão por pessoas particulares, mas sim entre as grandes empresas multinacionais ou entre os países mais poderosos do mundo e sobretudo neste período de crise em que vivemos, isto está tornando uma verdadeira oportunidade.
A China, a segunda economia do mundo, posiciona neste momento como o país com as maiores reservas em divisas, isto é, lucros gerados na compra de dívidas públicas e títulos de tesouro de países da Europa, Africa e América, num montante avaliado em 2,2 biliões de euros (dados do Banco Central Chinês, 2010). A China detem 75% da dívida dos Estados Unidos e já adquiriu grande parte da dívida pública europeia, designadamente em Espanha 20%,  em Itália, Grécia, Bélgica e agora também em Portugal.
O Brasil também detem reservas, ainda que em quantidades bem inferiores à China, mas posiciona fortemente na possibilidade de adquirir parte da dívida pública de Portugal. O Brasil como se sabe, tem aumentando a sua participação no FMI.
A compra de dívidas públicas tida como um auxilio às economias em crise, é mais do que isso um pressuposto que visa fortalecer a presença dos países compradores no sistema politico e financeiro mundial, através de reservas gigantescas e grande volume de exportações.
Cabo Verde, sendo uma economia aberta e dependente do exterior e além do mais seguidor dos modelos ocidentais, não tem como fugir a este ramo de negócio. Pode ser que a compra de dívidas de forma directa entre empresas ou particulares ainda não é evidente, mas indirectamente este negócio já vem funcionando em Cabo Verde através da Bolsa de Valores (BVC).
A Bolsa de Valores juntamente com os Bancos e os Governos, formam uma tróica poderosa e jamais imaginável que operam no processo de lavagem de capitais.
Mas voltamos a questão inicial: como é possivel gerar lucros e tornar poderoso simplesmente por endividamento, sabendo que as dívidas por si só já representam falta de dinheiro?
Para saber a resposta a esta e outras perguntas e compreender melhor esta questão actual de "comprar dívidas", fica atento ao próximo post do blog que sairá muito em breve.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Em cima das nuvens, a caminho de Corôa...

Estas imagens mostram uma caminhada que realizamos em 2009 ao extenso e vasto deserto do Planalto Norte, situado algures no Concelho do Porto Novo. Foi uma longa e cansada caminhada, mas também divertida e uma aventura a cima dos 1500 metros de altitude e por onde o sinal da vida humana é escassa.






Até atingirmos o Planalto foram duas horas só a subir e subir por uma montanha vertical, muito íngreme e acima de tudo com pouca visibilidade devido ao nevoeiro. Chegando lá no cimo já não havia mais para subir, entretanto a verdadeira caminhada estava apenas no começo e o mais complicado estava para frente, porque no meio daquele extenso deserto são muitas as direcções e veredas para seguir e para quem vai lá pela primeira vez iria de certeza desorientar sem saber que rumo tomar. Por isso prevenimos e levamos connosco um guia que conhece bem o lugar(aconselho). 









Depois de escalarmos a "Bordeira" o guia mostrou-nos o rumo certo a tomar e partimos em direcção a localidade de Bolona. Andamos cerca de três horas até chegarmos lá, pelo meio o guia explicava-nos tudo o que perguntávamos. Ao todo foram cinco horas de caminhada só de ida, sendo que as duas primeiras horas foram cansativos só de subir. O nosso destino seria uma pequena localidade chamada "Lagoinha", que fica proxima do Topo de Corôa, mas acabamos por desistir e voltamos para Ribeira das Patas.