Calha do Corvo

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012

No ano 2012 verificou-se em Cabo Verde alguns factos memoráveis dignos de registo, mas o ano ficou marcado essencialmente pela continuidade de acontecimentos já iniciados em anos anteriores, como são os casos do agravamento da criminalidade e insegurança social, assim como a crise financeira da zona euro que vai penetrando as nossas queridas ilhas pouco a pouco.


Contudo o lado bom do ano, o grande acontecimento e o maior destaque de 2012 para Cabo Verde que alegra toda gente, é sem dúvida a histórica qualificação da selecção nacional de futebol ao CAN2013. A nível internacional devo destacar a reeleição de Barack Obama como sendo um marco importante para o futuro do panorama político, económico e social a nível mundial.


A nível profissional merece inteira distinção a minha participação e conclusão do Austrália Short Course Awards 2012, uma oportunidade ímpar para enriquecer os meus conhecimentos, mas também para viajar e conhecer lugares longínquos e impressionantes do planeta, como sendo Austrália e Africa do Sul.

Porém o maior e o mais importante de todos acontecimentos de 2012 para minha vida pessoal e familiar, é o falecimento da minha querida e eterna mãe que aconteceu no dia 20 de Julho. Este ano portanto ficará para sempre na minha memória, com tristeza claro mas com amor também. À MINHA QUERIDA E ETERNA MÃE, QUE DEUS PROTEJA A TUA ALMA E DESCANSES EM PAZ!!! PERDOA-ME SE NÃO DEMONSTREI O AMOR DE FILHO DA FORMA COMO DEVERIA SER…

                                              Um dos últimos sorrisos da mãe.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Santo Antão no contexto das 7 maravilhas de Cabo Verde

A Televisão de Cabo Verde (TCV) vem anunciando com frequência um concurso público para a criação de logótipo, slogan e site para as 7 maravilhas de Cabo Verde. O concurso é promovido pela Rede de Parlamentares para o Ambiente – RPALCDP, mas o projecto da criação das 7 maravilhas de Cabo Verde é da competência da Direcção Geral do Turismo, que visa promover a riqueza cultural e paisagística de Cabo Verde como forma de aumentar a oferta e diversificação do turismo no estrangeiro.

Sendo eu um amante incondicional de tudo que se relaciona com a Natureza e também das temáticas do Turismo, sinto na “obrigação” de louvar a iniciativa e dar os meus parabéns ao projecto, desejando que o seu objectivo final seja alcançado com sucesso. Contudo a minha preocupação e curiosidade reside na seguinte questão: Qual é ou qual será o contributo da nossa magnífica ilha de Santo Antão no referido projecto, sabendo que se trata de uma ilha com fortes potencialidades em aspectos relacionados com os temas – maravilha e paisagens?

Santo Antão – ilha das montanhas e falésias, dos vales profundos e verdejantes com as ravinas descendo vertiginosamente em direcção ao mar. A ilha apresenta contrastes paisagísticos muito marcantes, proporcionando panorâmicas de grande impacto e beleza. Portanto os sítios ou paisagens de Santo Antão mais conhecidos, mais visitados e apreciados por todos e que certamente estarão entre os candidatos às 7 maravilhas de Cabo Verde, são essencialmente os grandes vales (Paúl, Ribeira da Torre, Garça), as imponentes montanhas revestidas em vegetação que se elevam ao céu (Delguedim/Corda, Pico da Cruz, Moroços, Bordeira do Norte), os recantos encravados em desfiladeiros (Fontainhas, Corvo, Caibros), a cratera da Cova, os calcários do Planalto Norte, entre outros.  
























Contudo, Santo Antão vai ter de enfrentar concorrência forte com as outras ilhas, que também logram das suas paisagens magníficas com extrema riqueza natural, como é o caso do famoso e todo-poderoso Vulcão do Fogo, as praias de areia branca e água cristalina do Sal, Boa Vista e Maio, a baía do Porto Grande e ainda da Cidade Velha e Ribeira Brava que auferem de uma grande riqueza histórica, cultural e intelectual.  

É sabido também que neste projecto, tencionam incluir nomes de artistas ou géneros musicais nacionais entre as possíveis escolhas para as maravilhas (ex. Cesária Évora, morna, funaná), diminuindo no meu entender as chances dos próprios recursos paisagísticos de Cabo Verde e de Santo Antão em particular.




Fonte das fotografias: google

 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Caminho longe...


Quem andou por este caminho, sabe o quão duro foi a nossa batalha para triunfar na vida.
Mas sentimos que o caminho que percorremos, fizemo-lo por uma vontade indomável, com uma grande alegria e sorriso no rosto, mas também pelo orgulho do nosso lindo lugar - Corvo.
Sempre acreditamos que por detrás da montanha, para além do horizonte, há algo novo a conhecer. Mas nunca esquecemos que na vida haverá de ter sempre novos desafios. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O campo de futebol de Corvo - Palco de muitas alegrias, mas também de muitas degoladas



Este pequeno campo de jogo que o leitor vê na fotografia, situada debaixo de uma rocha perigosa, cheia de espinhos, pedras, cascalhos e junto com chiqueiros de porcos, em tempos foi palco de grandes jogos, intercâmbios escolares e muita convivência e animação na minha infância na localidade do Corvo. O leitor pode não acreditar, mas eu quando era pequenino ainda na 1ª classe por volta dos sete anos de idade, sonhava pisar este campo para jogar a bola junto com os mais grandes.
Como já referi várias são as recordações e bons momentos que passei no campo de jogo do Corvo, mas também inúmeras vezes são os ferimentos que normalmente quem jogava aí apanhava nos pés e no corpo. Isto porque jogávamos descalços e o piso como pode ver é cheia de pedras. A bola muitas vezes caía na ribeira encharcada de água e lama mas a regra era simples: quem atirasse ia logo buscar. Por vezes custava encontrar uma bola no meio dos inhames, em outras situações era demasiado nauseante e perigoso tirar a bola de um chiqueiro. Um dado curioso é quando a bola subia a ladeira continuava em jogo e por isso os jogadores ficavam atentos à sua reentrada em campo.
Naquela altura Corvo tinha um número de população residente bastante satisfatório com muita rapaziada que dava para formar várias equipas, sem contar com Formiguinhas que também jogava neste mesmo campo. As tardes de domingo eram momentos de muita alegria e satisfação, tradicionalmente depois de assistir pela rádio os relatos do campeonato português de futebol, toda a rapaziada dirigia para o campo jogar e os mais pequenos sempre a espreitar. A tardinha depois dos jogos costumávamos ir ao mar que ficava ali bem perto.
Hoje em dia quando vou ao Corvo e vejo aquele campo meio abandonado por falta de jogadores, paro e lembro aqueles momentos magníficos que passei aí, mas ao mesmo tempo pergunto para mim próprio: como foi possível jogar aí com os pés descalços!? Mas o que interessava mesmo era a diversão.
Como o futebol é muito popular em Cabo Verde e com as recentes transformações ocorridas, muitos campos e estádios de futebol que antes era só fmáça, agora vão-se modernizando um pouco por todo o país, com a introdução de relvados sintéticos, iluminação, etc. Por exemplo em Porto Novo no antigo estádio “Amilcar Cabral”, na Brava ou mesmo na Fontinha, São Vicente, quando se assistia um jogo seja ao vivo ou pela TV era muito difícil ver a bola, de tanta fumaça que levantava no campo. Hoje a realidade é bem diferente, por isso vale a pena agradecer a modernização.
Corvo sendo uma localidade distante e sem acesso automóvel, mas em outros aspectos da vida quotidiana tem mostrado indícios de modernização como já foi descrito aqui no blog, será que o relvado sintético vai um dia chegar no nosso querido campinho? Pelos vistos só em sonho. Mas de tanta gente que pisou o campo do Corvo e que agora se encontra no mundo fora, é bem possível que pelo menos um tenha tornado futebolista profissional a título de pisar um Wembley Stadium (ver foto em baixo) por exemplo. Wembley é um magnífico, extraordinário e emblemático estádio de futebol em Londres, Inglaterra. Um estádio moderno e dos mais sofisticados no mundo inteiro, tornando-se assim um sonho para qualquer futebolista pisar o seu relvado. E porque não sonhar em Corvo...


Fonte fotos Wembley: Google

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Casas em ruinas, localidades em deserção...

Algumas imagens de casas de construção antiga e tradicional de Santo Antão, que deixam muitas lembranças e saudades. Nos dias de hoje devido ao exodo rural provocado pela falta de meios de comunicação, nomeadamente estradas, telefone, portos, muitas zonas dispersas de Santo Antão tendem a despovoar, assim como "Aranhas ou Zaranha" (situado algures entre Cruzinha e Formiguinhas na costa norte da ilha). Com o despovoamento dessas localidades, as casas são abandonadas, entram em degradação e acabam por ficar em ruinas. São imagens bonitas de fotografar, mas tristes de recordar,  para muitos que antigamente viveram e passaram por estes locais.





Fonte: imagens de fonte alheia